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quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Buceta Onde crescerm as rosas silvestres ( Conto de Anderson)


Onde crescem as rosas silvestres*
“From the first day I saw her I knew she was the oneAs she stared in my eyes and smiledFor her lips were the colour of the rosesThat grew down the river, all bloody and wild”

( Nick Cave, Where the wild roses grow )

Ele a conquistou desde a primeira vez que se olharam e ela soube disso naquele mesmo instante, sabia que era seu destino seguir com ele pra onde quer que fosse. Tinha certeza do mesmo modo como tinha certeza que o amava.
Ele trajava preto, como sempre, e segurava uma rosa vermelha e cheia de espinhos com a qual lhe presenteou. Disse que os espinhos é o que importava nas rosas e não a sua beleza ou perfume. Aquilo a deixara perturbada ao mesmo que lhe encantara. Era um rapaz magro, 21 anos, de olhar triste e voz suave. Não se demorou, foi embora tão de repente como quando chegara, mas já a havia conquistado.
Naquele dia a rosa foi posta em um vaso com água. Lentamente ela murchou, perdeu o brilho, a maciez. Ao amanhecer ela estava morta. Mas a garota se considerava viva como nunca antes esteve, radiante. Ao se preparar pra sair, escolheu a melhor roupa (preta), colocou o perfume mais cheiroso e passou o batom mais vermelho. Pálida que era, linda ficou.
Chegou na faculdade mais cedo que de costume, algumas pessoas lhe olharam estranhas, outras fizeram observações de como estava linda. Ela gostou, mas se vestira assim para ele, nada adiantaria se ele não gostasse. Assistiu às primeiras aulas sem conseguir se concentrar. Pensava apenas na rosa, murcha, lá no vaso, murcha, jamais esquecida.
Durante o intervalo de uma das aulas foi que ele apareceu. Estava na praça do campus, sentado, sozinho como sempre. Fumando e lendo um livro surrado. Hesitante ela se aproximou, sentou ao seu lado. Nada falou, apenas ficou lá, esperando, sabia que cedo ou tarde ele lhe dirigiria a palavra. Ela esperou pacientemente. Ele continuou sua leitura e depois de um tempo fechou o livro e olhou para ela.
– Você é a rosa silvestre, linda e fúnebre. Cheirosa como uma, bela como uma. Eu sou o jardineiro que cultivará tal flor, jamais deixarei sua beleza murchar.
Seus dedos finos acariciaram-lhe a face. Ela sentiu o toque de sua mão gelada e soube o que aconteceria em seguida. Fechou os olhos, ele aproximou seus lábios e a beijou com ternura. Um beijo suave em sua boca carnuda. Naquele momento ela decidiu que se morresse agora, morreria feliz. Toda a felicidade de uma vida se concentrara naquele beijo. Ele parou de beijá-la e disse:
– Eu quero te cultivar em meu jardim, Elisa. Apenas ele é digno de você.
Então se levantou e saiu. Ela ficou estática por alguns minutos, ele sabia seu nome! Ele lhe beijara. Ele queria cultivá-la em seu jardim. Uma lágrima escorreu por um de seus olhos, borrando a maquiagem que fizera com tanto capricho. Decidiu ali que daria o mundo por ele, mataria por ele.
Morreria por ele.

Os dias passaram e eles foram se tornando cada vez mais próximos. Passaram a sair juntos e conversavam bastante, Elisa descobriu que ele pintava quadros belíssimos e morava sozinho. Havia saído de casa por ter brigado com os pais e vivia da venda de seus quadros. Ele lhe apresentou a maconha e a cocaína. Ela deixou de assistir as aulas de seu curso, descobriu que aprendia muito mais com ele. Aprendia sobre a vida, novos pontos de vista. Passaram a caminhar nos finais de tarde no bosque que circundava a cidade, próximo ao lago onde ficavam por horas atirando pedrinhas e conversando trivialidades, ou fumando um baseado. Foi lá que eles transaram pela primeira vez, ela virgem se deixou guiar pela experiência do rapaz. Sangrou, mas ela nunca se arrependeria. Nunca. Ele a fez prometer que lhe entregaria todas as suas desgraças e Elisa prometeu sem ter muita idéia do que ele queria dizer com isso.
Em casa também sua vida mudou, mal trocava algumas palavras com seus pais, ela se tornara quase invisível para eles. Por vezes dormia fora, com ele. Descobriu que ele tinha medo do escuro, que chorava durante a noite e tinha muitos pesadelos nas poucas vezes em que conseguia dormir.

Por três meses eles se amaram loucamente. Num dia cinza de Novembro, ela não o encontrou em casa. Correu para o lago.
Lá estava ele, fumando e relendo pela milésima vez seu livro de Rimbaud. Ela o observou de longe por alguns segundos e então se aproximou. Sentou ao seu lado. Estava frio. Logo iria chover.
– Minha rosa silvestre – ele falou com suavidade – Você sabe onde as rosas silvestres crescem tão docemente escarlates e livres?
Ela não respondeu. Ele continuou.
– Se eu lhe mostrar as rosas você seguirá?
Elisa continuou em silêncio e então assentiu com a cabeça.
–Sim, seguirei as rosas, seguirei você, até onde me levarem. Irei até o fim. Beberei até o último gole, de vinho, ou de veneno.
Ele se levantou e sorriu.
– Venha comigo – falou.
Ele a guiou por entre as árvores e a levou até a margem de um rio pedregoso que se escondia por ali e onde cresciam as mais belas rosas que ela já vira. Ele a beijou e começou a despi-la. Deitaram por sobre os cascalhos e fizeram amor como nunca haviam feito antes. Ele a fez gozar várias vezes. Disse que a amava pela primeira vez.
Foi então que ela viu a enorme pedra que ele segurava.
– Toda beleza deve morrer – disse ele.
Ela fechou os olhos. Sentiu a pancada da pedra lhe esmagando a cabeça repetidas vezes. O sangue jorrando em torrentes e se misturando ao cascalho. O barulho dos ossos quebrando. Ele a esmagou com força, bateu até que a pedra quebrou.
Então viu que ela estava morta. Ali já não havia mais vida, nem beleza. Ele começou a chorar, abraçou o corpo inerme contra o peito e a beijou por várias vezes.
– Eu te amo – Disse.

A chuva começou a cair com força. Lavando o sangue, banhando as rosas. Ele apanhou uma rosa e plantou entre os dentes quebrados de Elisa. Depois colocou o seu corpo no rio corrente. E chorou, chorou e chorou.
Nessa noite ele pintou um belíssimo quadro: Um jardim de rosas silvestres ao lado de um rio.

Roberto Denser, 16/10/06



*Conto livremente inspirado em Where the wild roses grow, de Nick Cave.












quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Buceta Cromossomos


Hoje tou numa de vida de repeti de fazer poesia de ser feliz ,.

Na edição nova revista parahypa do norte o professor escreveu uma resenha do meu livro Kamila, Tou bem pra caramba com essa noticia.

A pequena da Igreja IBl não quer mais receber dos meus presentes e poemas , agente ainda não ser falou sobre agente. mais agente ta conversando sobre tudo menos sobre amor .

Todo dia olho sua foto e me apaixono cada vez mais por ela

Tomare que Deus me ajude e que agente possar ficar juntos.

No mais corrupção e falta desexo na minha cidade.

obrigado por me lerem amigos desconhecidos.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Buceta Fuzilamento do poeta (conto de Beto Menezes)


O (fuzi)lamento do poetaNo dia do julgamento, meu infame destino me levou à praça onde os fuzis arrebentam com as transgressões dos poetas. Os dias logo passaram, mal me preparei. Hoje amanheci, fiz minha refeição sem muito gosto e toquei duas músicas de Bob Dylan com minha gaita imaginária. Dentro da minha cabeça de poeta, os versos de liberdade me angustiam em alto relevo sobre os outros pensamentos. Esses gárgulas entre anjos agâmicos querem se embrenhar por todo canto, por conta própria, e, inconseqüentes, romper à força do grito as cadeias construídas pelas armas. Os tempos mudaram. Antes, os poetas eram levados a público para terem a homenagem de que eles eram merecedores. E mesmo depois de mortos, continuavam vivos na mente e nos livros. Hoje, fogueiras públicas incendeiam essas lembranças. Livros, revistas e discos. Tudo é pretexto para essas orgias coletivas. Há sempre um contexto no mais puro dos textos, há um contexto que o condena ao fogo. As bibliotecas vazias tornaram-se fábricas de armas, as livrarias, depósitos. As prensas das gráficas vomitam sem intermitência propaganda governamental. Aos poetas, uma bala. Nada mais. Uma bala certeira no peito. Não há o pelotão, não há estardalhaço. Apenas um fuzil do mais qualificado oficial, do mais respeitado pelotão do exército da Guarda Republicana. Um fuzil basta. Apenas um roçar um pouco menos delicado no gatilho para espantar esses gárgulas que atormentam o poeta para o quinto dos infernos. A eficácia de uma bala ponto cinqüenta desmistifica a idéia utópica de que uma caneta ou um megafone podem romper as barreiras totalitárias. Quantos eu já vi cair em praça pública? Nessa última primavera, já perdi a conta. Mês passado colocaram dez poetizas em fila indiana. Trazidas do sul, estiveram presas desde o outono. Elas criaram um movimento, apregoaram o aborto, o divórcio, a renúncia aos maridos. Mantiveram a esperança por todo o inverno, eram de família respeitada.
Muitos esperavam a clemência do ditador, mas ela não veio. Serviu o exemplo de que até da própria carne pode ser cortada. As dez foram apresentadas no feriado da independência. Os seus nomes gritados em microfone, uma a uma, enfileiradas por idade. Na frente, a mais nova chorava, grávida de sete meses. Na platéia, o noivo segurava as lágrimas e os gárgulas para si. No fim da fila, a velha poetisa de tantos livros e medalhas mostrava na face cadavérica um sorriso que transpassava as mais jovens e atingia em cheio o fuzilador. Era um sorriso de vitória. "Mas que vitória, senhora?", deu-me da platéia o ímpeto de perguntar. Houve o silêncio quando o capitão deu o brado, saldou a república e ordenou. Em coice, o fuzil tentou punir o oficial que atirou. Dele, a bala seguiu na contramão do sorriso da mais experiente e furou a todas no peito, uma a uma, e na velha senhora cravou. As dez que apregoavam a revolução contra as armas com cravos na mão, mortas, caíram. Viu-se naquela tarde, a força do fuzil. Mas, nem o que atirou, nem o que ordenou o fuzilamento, sabiam. É que escorria, mais do que sangue, um rio de lirismo em meio a tanta brutalidade, se espalhando pela praça, marcando feito nódoa. Poetas são suicidas em potencial. Se tem o vendaval de paixão, eles estão lá, em uma romântica senhora tentação. Primeiros mártires, obcecados pelo desejo. Eu é que sei. Corria, quando criança, atrás dos raios para ver de perto as temidas elétricas árvores brancas que, enviadas pelos deuses, tangiam o gado para dentro das porteiras. O som do trovão, as nuvens em chuva e eu, criança, virando poeta. Querendo ser mais do que menino magro e tímido preso às porteiras do interior. Se eu pudesse, voaria para as nuvens do cerne dos raios. Insistiria para ver os anjos, os demônios, marcaria consulta com Deus. E com esses sonhos infantis, ia vivendo em paz, achando ser sabedor das coisas e de certa forma superior aos outros. Gárgula entre anjos agâmicos.
Ao meu redor todos olhavam para o céu e não viam o céu. Viam uma abóboda azul manchada de branco. Vi o céu quando apontei meus olhos, sobretudo, para dentro de mim. O poeta tem a tola fantasia de se achar imortal. Deve ser para isso que servem os fuzilamentos: mostrar aos outros que os poetas sangram. Na minha infância, o sangue que escorria era o dos arranhões dos tombos de bicicleta, da cabidela das galinhas e dos panos sujos de minha mãe. Eu era o poeta dos atos, um poeta em essência. Via tudo através de uma câmera de lente exclusiva. Procurava o caminho mais estranho para chegar ao lugar comum, meu caminho único. Só vim a escrever no papel muito mais tarde. Um bilhete para a moça que sempre encontrava ao atravessar a ponte, essa foi minha primeira poesia que escrevi. Olhei aquela mocinha de cabo a rabo. Descobri detalhes que nunca tinha percebido nas mulheres. Sonhava em claro, nas madrugadas, metaforizando no escuro do meu quarto, desenhando com estrelas o corpo dela. Comprei papel na venda, sentei e escrevi. Nas bonitas linhas que saíram, eu não estava ali. Não passei a limpo os rascunho das estrelas, nem os detalhes que nela percebi: belos dedos mindinhos tortos, delicada forma ligeira de morder os lábios quando passava por mim. Sobre essas coisas não escrevi. Medo de me expor. Medo de sua reação. Preferi escrever versos seguros, subornei os clássicos e em paráfrases, poetizei o que tinha certeza de que ela ia gostar. Assim não houve risco. Ela rendeu-se ao primeiro verso. Fui perverso comigo, sei, mas qual o apaixonado quer correr o risco? Naquele poema calculado, descobri em mim um verso sombrio que a todos satisfazia. E logo estava cheio de encomenda de poesia. Para a igreja: batizado, catecismo, crisma, casamento, missa de corpo presente. O prefeito me incumbia de textos para as festas: inauguração, feriado. Para os amigos, cartas de amor, principalmente. Todos, um dia, precisaram de uma carta de amor.
E quando a primeira bomba apontou no horizonte, vermelhando o céu antes do arrebol, vi que ao contrário de muitos outros, as minhas palavras seriam meu salvo-conduto para o negro dia que nascia. Me alistei. Escalei a hierarquia militar tão rapidamente que quando vi estava lá em cima. General do Exército Republicano. A escolha esmerada da palavra me fez bem-vindo em todas as rodas, em todos os salões do Governo que se formava. Hoje, sob as ordens do ditador, controlo todo o sul do país, e aqui na capital qualquer decisão deve passar por mim e só se for preciso deve chegar a ele. No começo turbulento da ditadura, protegi meus pais e todos os amigos que pude. Também usei meu poder para proteger jovens poetas incitados. Eles chegavam aos quartéis aos tantos. Nas torturas, bradavam versos enraivecidos: "Ah! Liberdade! O que ordenares farei!", "Até condenado a morte serei, meu amor!" Se eles soubessem o preço alto de rogar por mais forças a essa dama. Quem é o maior amante da liberdade senão o nosso ditador? Eu quase sempre conseguia uma maneira de livrá-los da pena capital, enviando-os a prisões distantes e até mesmo embarcando-os clandestinamente para o exterior. Outros, apesar de tudo, tinham o infame destino do fuzilamento. Com o congresso fechado e o supremo tribunal exonerado, as leis são feitas e executadas de maneira rápida. Portanto, todas as condenações sempre são legais como em qualquer democracia no mundo. E foi num desses julgamentos que recebi a ingrata missão de apontar um fuzil para um poeta. E não era um poeta qualquer, era o Poeta. Por mais de uma década ele se escondeu nas montanhas do norte, depois que voltou do exílio. Seus textos incitadores eram esperados com ansiedade. Suas palavras se espalhavam por todo o país em papéis mimeografados e por emails, repetidas vezes encaminhados. Atacavam em cheio a ordem estabelecida e estarreciam a confiança da população. Sua prisão acalmou as preocupações do ditador. E sua condenação me leva agora ao centro das atenções.
Com as medalhas alinhadas no uniforme engomando, eu estou aqui. Tenho em pé ao meu lado o fuzil limpo e verificado, escuto solemente os acordes do Hino Nacional. Esse som de trombetas dos trompetes sempre me deu a idéia exata de como os poetas mortos são saudados às portas do paraíso. Será que no paraíso dos poetas eles ainda precisam poetizar? Ou terão finalmente o descanso? Os gárgulas finalmente aceitarão a trégua? As trombetas nacionais se encerram e no microfone o nome do grande poeta é anunciado. Sem algemas, com dois oficiais armados de cada lado, surge na praça o poeta. Os longos cabelos castanhos encaracolados escorrem sobre a túnica de linho cru que mês passado no campo ainda era flor. Rugas na face imberbe. Não há sofrimento, tampouco frustração. Passos retos, nenhuma vontade de fugir. Passa por mim como se eu não existisse. Na verdade, para ele sou apenas um infante, um de tantos que perderam na infância o dom da poesia. E confiante, ele segue ao seu posto. Encara o ditador por segundos e continua a caminhar. Em pé, aquém da parede, espera pela bala final. Antes, três quartos de hora de um inflamado discurso do nosso ditador sobre a Democracia. Na platéia, palmas correligionárias da multidão que sustentava ensandecidamente cartazes com fotos do ditador. O público passou toda a tarde trocando cartões postais de fuzilamentos passados. Agora se acotovelam pela melhor posição para ver o próximo ato que será feito com maestria. E o maestro dessa orquestração sou eu. Com meu nome e meus títulos anunciados pelo mestre de cerimônias, pagaria todos os meus ordenados para estar bem longe, engraxando sapatos de sargentos aquartelado em alguma cidadezinha do interior. Mas estou e nunca fui ovacionado por tanta gente. Meu nome é chamado por milhares dessa torcida de sangue. Sou o centro das atenções como sempre sonhei, como sempre esperei por todos esses anos. Levanto-me e caminho até a posição de fuzilador. Doze metros me separam do poeta. Do púlpito, o ditador me saúda.
Eu deveria estar honrado com tão poderosa saudação. O que gostaria mais? Sinceramente, por mim, preferiria estar do outro lado do cano. Gostaria de ser o poeta a ser fuzilado. Trocaria todas as medalhas que estoco em estojos finos por uma bala certeira no peito. Uma única. Para derrubar tão grande covardia acumulada em um único homem. Ah, meu querido ditador! Essa bala poderia ser para você. Todos conhecem a minha notável rapidez em empunhar uma arma. E a acurada mira que difere alfinetes de agulhas. Me dê dois segundos e ele você já era. Um eterno ditador que por todo esse tempo caftinou a senhora liberdade. Um ditador que, firmado em ombros de grandes libertários, aprisionou uma nação por três décadas. Dei-me uma bala e nada mais. Conduzirei ele, então, à terra dos perversos onde os versos do mais transgressor dos poetas não ousou a penetrar. Uma bala entre os olhos, no centro da testa. Uma das milhares de balas fabricadas por meu pai na biblioteca desativada da minha cidade natal. O ditador caído será o fim de uma era. Depois dessa queda, o que se sucede a mim é mero detalhe. Detalhe que não me importa mais. Todavia, entre pensar e fazer há um enorme fosso. Da mesma grandeza do fosso que divide o que eu sou do que eu nasci para ser. E eu deveria estar junto àquela parede, olhando com esse sorriso de poeta para o público que me fuzila. Poetas não devem pensar em hierarquia, em saudações respeitosas a autoridades. Poetas não devem estar presos a soldos. Poetas não pensam em planos de aposentadoria. Pois, como eu já disse, poetas são suicidas em potencial. Agora, aqui, com arma em posição de tiro, relembro das poesias que não fiz, dos filmes que protagonizei mas nunca entraram em cartaz. Eu devia ter seguido as badaladas das reboladas das morenas, ter fugido, curtido o exílio, ter tentado o Nobel. Hoje seria conhecido pela trilogias das trilogias das trilogias poéticas que, em milhões de tiragens, divulguei.
Deixaria todos esses bárbaros e suas tiranias e viveria esquecendo minha terra, arremessando os jornais em zonas abissais. Covarde como sempre, como sempre fui. E em covardia, aponto o fuzil para o poeta. Da mira redonda, vejo seu sorriso em relevo. Meu dedo coça no gatilho. E agora não há arrimo. Foi dada a ordem. Devo atirar. Mas não atiro. O dedo indicador rígido evita o gatilho. Repetem a ordem. Eu não atiro. Permaneço imóvel. Eu que sempre tive o dom da escolha das palavras, dois pares delas agora me travam a mente e o corpo: cento e oitenta graus. Retornar. Meia volta. Volver. O ditador e o publico esperam. Todos sempre esperam o melhor de mim, mas nunca esperam uma surpresa. Sempre faço a coisa certa, da melhor maneira, devo salientar. Mas nunca surpreendo ninguém. Quando subornei os clássicos, firmei um pacto de segui-los, de copiá-los para sempre. E dos clássicos, não há mais surpresas. Como não há surpresas nos filmes que são reprisados sem fim nos canais de TV estatais. Nunca serei clássico, no máximo estamparei o mais valioso dos cartões postais: o do fuzilamento do grande poeta. Com meu fuzil limpo e medalhas alinhadas no peito. Meia volta, volver. Giro a arma e a aponto para o meu peito. Murmúrios e rebuliços ao meu redor. Não espero uma nova ordem, atiro. Não lembro de que clássico copiei. Só sei que nessa hora nenhum freio me veio. Apenas atirei. Assim devem ser os poetas, atirar primeiro e depois ver os estragos não calculados de sua ação. Deixo minha pensão para os meus pais. Que minha mulher me compreenda e que perdoe por nunca ter feito a carta de amor que ela merecia. Sigo agora para as portas do paraíso dos poetas. Quem sabe esse meu último arrependimento me redima. Antes do amanhecer estarei lá, pedirei clemência ao porteiro. Que eu seja aceito juntos aos poetas que sempre admirei: os poetas de sangue e os poetas de mente. E não importa se serei saudado com as mesmas honras dos profetas ou escarnecido como os ladrões de bicicletas. ----------------------------------------------------------------------------------Olha aí pessoal, o décimo conto da série de um parágrafo só. Gostaria de saber a opinião de vcs.

domingo, 19 de agosto de 2007

Buceta Crônica de Arnaldo jabor para mulheres


A política está tão repulsiva que vou falar de outro assunto. Outro dia,
a Adriane Galisteu deu uma entrevista dizendo que os homens não querem namorar as mulheres que são símbolos sexuais. É isto mesmo! Quem ousa namorar a Feiticeira ou a Tiazinha? As mulheres não são mais para amar,nem para se fazer sexo com elas. São para "ver".

Que nos prometem elas, com suas formas perfeitas por anabolizantes e silicones? Prometem-nos um prazer impossível, algo de metafísico, para o qual os homens não estão preparados... As mulheres dançam frenéticas na TV, com suas bundas cada vez mais alhadas, com seios imensos, girando em
cima de garrafas, enquanto os "bábaspectadores" se sentem apavorados e
murchos diante de tanta gostosura. Os machos estão com medo das "mulheres-liqüidificador". O modelo da mulher de hoje, que nossas filhas almejam ser, é a prostituta ranascendental, a mulher-robô, a "valentina", a "barbarela", a maquina-de-prazer sem alma, turbinas de amor com um hiperatômico prazer.

Que parceiros estão sendo criados para estas pós-mulheres? Não os há. Os malhados", os "turbinados" geralmente são bofes-gay, filhos do mesmo narcisismo de mercado que as criou. Ou, então, reprodutores "acéfalos" como o Szafir, para o Robô-Xuxa. A atual "revolução da
vulgaridade", regada a pagode, parece "libertar" as mulheres. Ilusão a toa. A "libertação da mulher" numa sociedade escravista como a nossa deu nisso: super-objetos, se pensando livres, mas aprisionadas numa exterioridade>corporal que apenas esconde as pobres meninas famintas de amor e dinheiro. São escravas aparentemente alforriadas numa grande senzala sem grades.

Mas, diante delas, o homem normal tem medo. Elas são "areia demais para qualquer caminhão". Por outro lado, o sistema que as criou enfraquece os homens que trabalham mais e ganham menos, têm medo de perder o emprego, vivem nervosos e fragilizados com seus "piu-pius" trêmulos, decadentes,
a meia-bomba, com seu desempenho duvidoso, puxando sacos, lambendo botas, engolindo sapos, sem o antigo charme "jamesbondiano" dos anos 60.

Não há mais o grande "conquistador". Temos apenas os "fazendeiros de bundas" como o Luciano Huck, enquanto a maioria virou uma multidão de voyeurs, babando por impossíveis deusas da vulgaridade.

Ah, que saudades dos tempos das "bundinhas e bustos normais" e "disponíveis"... pois bem. Com certeza a televisão tem criado os "sonhos" de consumo" descritos tão bem pela minha língua
ferrenha.

Mas, ainda existem mulheres de verdade.

Mulheres que sabem valorizar o que têm "dentro de casa". E, acima de tudo, mulheres com quem se possa discutir uma música do Paulinho Moska ou de Ravel sem medo de parecer o "tio da sukita" ou "aquele cara metido a intelectual".

Mulheres que sabem valorizar uma simples atitude, rara nos homens de hoje, como abrir a porta do carro para elas. Cartas (ou e-mails) românticos. Escutar no som do carro aquela fitinha velha de algum bom rock'n'roll ou CD dos Carpenters (chega a ser meio breguinha... mas é bom!!!), namorar escutando estas musiquinhas tranqüilas.
Penso que hoje, num encontro de um "Turbinado semi-gay" com uma"Saradona acéfala" o papo deve ser do tipo "meu professor falou que posso disputar o Iron Man que vou ganhar fácil. Ah querido, o meu personal Trainner disse que estou com os glúteos bem em forma e que nem vou precisar de plástica".

E a música??? Se não for o "último" sucesso(????) dos Travessos ou Chama-Chuva ... é BONDE DO TIGRÃO!

Mulheres do meu Brasill!!! Não deixe que criem estereótipos!!! Não comprem o cinto de modelar da Feiticeira. A mulher brasileira é linda por natureza!!! Silicone é para as americanas que não possuem a felicidade de ter um corpo esculpido por Deus e bonito por natureza.

E, se os seus namorados pedirem para vocês ficarem iguais a feiticeira, fiquem ... igual a Feiticeira dos antigos seriados de TV: - Façam-os sumir!!! "

Arnaldo Jabor

sábado, 18 de agosto de 2007

Buceta pendestal


Hoje é sábado a maioria saber disso, tambem sabem que a vida é feita de vicio e sonhos realizados. Eu por exemplo tou na espectativa de realizar o sonho de conquista a pequena da IBl ,que há tempos estou a paquera se nosso Senhor jesus Crsito permitir estarei com ela do meu lado.

Ontem fui p tibirri com um amigo tentar fica com uma pequena termino não dando em nada levamso um bolo das pequenas e terminamos a noite sem nehuma pequena rodando feito barata tonta pelas ruas de tibiri atraz da casa da pequena e nã achando nada.

Voltamos pra casa como dois palhaços mais até que foi engraçado.

No mais corrupção e falta de sexo na minha cidade.

obrigado ppr meolerem amigos desconhecidos.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Buceta pro onde esta?


Tou nessas de genes patidos , ontem tive solidão pra caramba hoje não sei mais quem sou, acho que fizeram um poema e citarão meu nome isso me alegrou mais pequenas sempre faltam e a vida continua esou cansado demais pra continua escrevendo.

No mais corrupção e falta de sexo na minha cidade.

Obrigado por me lerem amigos desconhecidos.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Cuidado Amigo


A vida as vezes é triste, todos já sabemos disso , mais não devemos da motivos pra isso acontece, deixa isso pra o mundo encantado da imaginação , pois ele pode tudo , na real o que vale é ser feiliz é ama uma pequena de verdade.

saber porque estou escrevendo isso é pelo fato de ontem um amigo ter tido pelo que dizem um inicio de parada cardiaca e ele tem apenas vinte e dois anos, mais o alcool e o cigarro com um tempero de arte acaba com qualquer um portanto amigo cuidado.

No mais corrupção e falta de sexo na minha cidade.

Obrigado por me lerem amigos desconhecidos.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Conto Eugenia Brasil


Eugenia BrasilEra tarde e as paredes do barraco recebiam claridade das velas acessas por dono marisa mãe de Ana adolescente de quinze anos que na sala bricava de boneca e balbulciava bababaa..."Essa menina é a cruz que o santo deus me deu pra carrega todos os dias agradeço a deus por você filha" agradecia Marisa A Deus que na verdade era a pessoa que criava Ana pois a mãe verdadeira tambem era doente mental feito a filha.Era um fado apesar de dificil feliz aquele pois apesar de tudo aquela familia era a alegria da favela, todos gostavam por demais de Ana.Gostavam de vim vela, de vela balbuciava coisas incomunicaveis, na verdade Ana era uam adolescente muito lida, que se não fosse a doença com certeza já estaria com uma penqua de namoradinhos.



Por ser muito linda , jorge o filho do padeiro se interresou por Ela e veio ter com Dona Marisa e e fala que queria namorar com Ana.Dona Marisa estranhou um pouco mais acabou cedendo e logo o namoro começou e era algo bonito aquilo ver um "Sao" namorado uma "doida"A favela ficou em povorosa e não se falava outra coisa, "vocês estão vendo que exemplo de amor"" não existe romance mais abençoado do que aquele".e a favela conversou tanto sobre aquele namoro que a conversa chegou no sistema unico de saude.



E numa sexta noite o barraco esaatva sendo clariado por luzes de velas e E Dona Mariza lia algum livro na cozinha e e Ana estav agora em vez de brincar estava na sala beijando seu namoradinho Jorge.Quando se ouver barulho de tumultos na rua e logo em seguida se ver dois robustos agente de saude arrombando a porta do barraco e pegando Ana a força e levando-a."DEIXEM MINHA FILHA SEUS BUTAMONTES" gritou Dona Mariza." Senhora fique calma , Estamos fazendo o melhor pra sua filha e pra você"Dois depois Ana retorna pra casa esterilizada, tinha sido msasi uma vitima do programa Eugenia que estereliza pessoas que tem disturbios mentais hereditários.

No mais corrupção efalta desexo na minha cidade.

Obrigado por melerem amigos desconhecidos.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Buceta barty simpison

A vida não sei o que é a vida , tou triste pois perdi a fé em deus isso é muito ruim pois passei toda minha vida acreditando nele, e agora estou perdido com a cara pontiada devido a um acidente que sofri, sem nenhuma pequena e agora sem fé.
estou sem saco pra escreve hoje.
No mais corrpção e e falta de sexo na minha cidade.
obrigado por mel erem amigos desconhecidos.