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quinta-feira, 24 de abril de 2014

VAI QUE TU GRABRIEL GARCIA MARQUEZ ( ADEUS QUERIDO AMIGO)

O avião da bela adormecida Gabriel García Márquez Era ela, elástica, com uma pele suave da cor do pão e olhos de amêndoas verdes, e tinha o cabelo liso e negro e longo até as costas, e uma aura de antiguidade que tanto podia ser da Indonésia como dos Andes. Estava vestida com um gosto sutil: jaqueta de lince, blusa de seda natural com flores muito tênues, calças de linho cru, e uns sapatos rasos da cor das buganvílias. "Esta é a mulher mais bela que vi na vida", pensei, quando a vi passar com seus sigilosos passos de leoa, enquanto eu fazia fila para abordar o avião para Nova York no aeroporto Charles de Gaulle de Paris. Foi uma aparição sobrenatural que existiu um só instante e desapareceu na multidão do saguão. Eram nove da manhã. Estava nevando desde a noite anterior, e o trânsito era mais denso que de costume nas ruas da cidade, e mais lento ainda na estrada, e havia caminhões de carga alinhados nas margens, e automóveis fumegantes na neve. No saguão do aeroporto, porém, a vida continuava em primavera. Eu estava na fila atrás de uma anciã holandesa que demorou quase uma hora discutindo o peso de suas onze malas. Começava a me aborrecer quando vi a aparição instantânea que me deixou sem respiração, e por isso não soube como terminou a polêmica, até que a funcionária me baixou das nuvens chamando minha atenção pela distração. À guisa de desculpa, perguntei se ela acreditava nos amores à primeira vista. "Claro que sim", respondeu. "Os impossíveis são os outros" Continuou com os olhos fixos na tela do computador, e me perguntou que assento eu preferia: fumante ou não-fumante. — Dá na mesma — disse categórico — desde que não seja ao lado das onze malas. Ela agradeceu com um sorriso comercial sem afastar a vista da tela fosforescente. — Escolha um número — me disse. — Três, quatro ou sete. — Quatro. Seu sorriso teve um fulgor triunfal. — Nos quinze anos em que estou aqui — disse —, é o primeiro que não escolhe o sete. Marcou no cartão de embarque o número do assento e me entregou com o resto de meus papéis, olhando-me pela primeira vez com uns olhos cor de uva que me serviram de consolo enquanto via a bela de novo. Só então me avisou que o aeroporto acabava de ser fechado e todos os vôos estavam adiados. — Até quando? — Só Deus sabe — disse com seu sorriso. O rádio avisou esta manhã que será a maior nevada do ano. Enganou-se: foi a maior do século. Mas na sala de espera da primeira classe a primavera era tão real que havia rosas vivas nos vasos e até a música enlatada parecia tão sublime e sedante como queriam seus criadores. De repente pensei que aquele era um refúgio adequado para a bela, e procurei-a nos outros salões, estremecido pela minha própria audácia. Mas na maioria eram homens da vida real que liam jornais em inglês enquanto suas mulheres pensavam em outros, contemplando os aviões mortos na neve através das janelas panorâmicas, contemplando as fábricas glaciais, as vastas plantações de Roissy devastadas pelos leões. Depois do meio-dia não havia um espaço disponível, e o calor tinha-se tornado tão insuportável que escapei para respirar. Lá fora encontrei um espetáculo assustador. Gente de todo tipo havia transbordado as salas de espera e estava acampada nos corredores sufocantes, e até nas escadas, estendida pelo chão com seus animais e suas crianças, e seus trastes de viagem. Pois também a comunicação com a cidade estava interrompida, e o palácio de plástico transparente parecia uma imensa cápsula espacial encalhada na tormenta. Não pude evitar a idéia de que também a bela deveria estar em algum lugar no meio daquelas hordas mansas, e essa fantasia me deu novos ânimos para esperar. Na hora do almoço havíamos assumido nossa consciência de náufragos. As filas tornaram-se intermináveis diante dos sete restaurantes, as cafeterias, os bares abarrotados, e em menos de três horas tiveram de fechar tudo porque não havia nada para comer ou beber. As crianças, que por um momento pareciam ser todas as do mundo, puseram-se a chorar ao mesmo tempo, e começou a se erguer da multidão um cheiro de rebanho. Era o tempo dos instintos. A única coisa que consegui comer no meio daquela rapina foram os dois últimos copinhos de sorvete de creme numa lanchonete infantil. Tomei-os pouco a pouco no balcão, enquanto os garçons punham as cadeiras sobre as mesas na medida em que elas se desocupavam, olhando-me no espelho do fundo, com o último copinho de papelão e a última colherzinha de papelão, e com o pensamento na bela. O vôo para Nova York, previsto para as onze da manhã, saiu às oito da noite. Quando finalmente consegui embarcar, os passageiros da primeira classe já estavam em seus lugares, e uma aeromoça me conduziu ao meu. Perdi a respiração. Na poltrona vizinha, junto da janela, a bela estava tomando posse de seu espaço com o domínio dos viajantes experientes. "Se alguma vez eu escrever isto, ninguém vai acreditar", pensei. E tentei de leve em minha meia língua um cumprimento indeciso que ela não percebeu. Instalou-se como se fosse morar ali muitos anos, pondo cada coisa em seu lugar e em sua ordem, até que o local ficou tão bem-arrumado como a casa ideal, onde tudo estava ao alcance da mão. Enquanto fazia isso, o comissário trouxe-nos o champanha de boas-vindas. Peguei uma taça para oferecer a ela, mas me arrependi a tempo. Pois quis apenas um copo d'água, e pediu ao comissário, primeiro num francês inacessível e depois num inglês um pouco mais fácil, que não a despertasse por nenhum motivo durante o vôo. Sua voz grave e morna arrastava uma tristeza oriental. Quando levaram a água, ela abriu sobre os joelhos uma caixinha de toucador com esquinas de cobre, como os baús das avós, e tirou duas pastilhas douradas de um estojinho onde levava outras de cores diversas. Fazia tudo de um modo metódico e parcimonioso, como se não houvesse nada que não estivesse previsto para ela desde seu nascimento. Por último baixou a cortina da janela, estendeu a poltrona ao máximo, cobriu-se com a manta até a cintura sem tirar os sapatos, pôs a máscara de dormir, deitou-se de lado na poltrona, de costas para mim, e dormiu sem uma única pausa, sem um suspiro, sem uma mudança mínima de posição, durante as oito horas eternas e os doze minutos de sobra que o vôo de Nova York durou. Foi uma viagem intensa. Sempre acreditei que não há nada mais belo na natureza que uma mulher bela, de maneira que foi impossível para mim escapar um só instante do feitiço daquela criatura de fábula que dormia ao meu lado. O comissário havia desaparecido assim que decolamos, e foi substituído por uma aeromoça cartesiana que tentou despertar a bela para dar-lhe o estojo de maquiagem e os auriculares para a música. Repeti a advertência que a bela havia feito ao comissário, mas a aeromoça insistiu para ouvir de sua própria voz que tampouco queria jantar. Foi preciso que o comissário confirmasse, e ainda assim a aeromoça me repreendeu porque a bela não havia colocado no pescoço o cartãozinho com a ordem de não ser despertada. Fiz um jantar solitário, dizendo-me em silêncio tudo que teria dito a ela, se estivesse acordada. Seu sono era tão estável que em certo momento tive a inquietude que aquelas pastilhas não fossem para dormir e sim para morrer. Antes de cada gole, levantava a taça e brindava. — À tua saúde, bela. Terminado o jantar, apagaram as luzes, mostraram um filme para ninguém, e nós dois ficamos sozinhos na penumbra do mundo. A maior tormenta do século havia passado, e a noite do Atlântico era imensa e límpida, e o avião parecia imóvel entre as estrelas. Então contemplei-a palmo a palmo durante várias horas, e o único sinal de vida que pude perceber foram as sombras dos sonhos que passavam por sua fronte como as nuvens na água. Tinha no pescoço uma corrente tão fina que era quase invisível sobre sua pele de ouro, as orelhas perfeitas sem os furinhos para brincos, as unhas rosadas da boa saúde e um anel liso na mão esquerda. Como não parecia ter mais de vinte anos, me consolei com a idéia de que não fosse a aliança de um casamento e sim de um namoro efêmero. "Saber que você dorme, certa, segura, leito fiel de abandono, linha pura, tão perto de meus braços atados", pensei, repetindo na crista de espuma de champanha o so neto magistral de Gerardo Diego. Em seguida estendi a poltrona na altura da sua, e ficamos deitados mais próximos que numa cama de casal. O clima de sua respiração era o mesmo da voz, e sua pele exalava um hálito tênue que só podia ser o próprio cheiro de sua beleza. Eu achava incrível: na primavera anterior havia lido um bonito romance de Yasumari Kawabata sobre os anciões burgueses de Kyoto que pagavam somas enormes para passar a noite contemplando as moças mais bonitas da cidade, nuas e narcotizadas, enquanto eles agonizavam de amor na mesma cama. Não podiam despertá-las, nem tocá-las, e nem tentavam, porque a essência do prazer era vê-las dormir. Naquela noite, velando o sono da bela, não apenas entendi aquele refinamento senil, como o vivi na plenitude. — Quem iria acreditar — me disse, com o amor-próprio exacerbado pelo champanha. — Eu, ancião japonês a estas alturas. Acho que dormi várias horas, vencido pelo champanha e os clarões mudos do filme, e despertei com a cabeça aos cacos. Fui ao banheiro. Dois lugares atrás do meu, jazia a anciã das onze maletas esparramada mal-acomodada na poltrona. Parecia um morto esquecido no campo de batalha. No chão, no meio do corredor, estavam seus óculos de leitura com o colar de contas coloridas, e por um instante desfrutei da felicidade mesquinha de não os recolher. Depois de desafogar-me dos excessos de champanha me surpreendi no espelho, indigno e feio, e me assombrei por serem tão terríveis os estragos do amor. De repente o avião foi a pique, ajeitou-se como pôde, e prosseguiu voando a galope. A ordem de voltar ao assento acendeu. Saí em disparada, com a ilusão de que somente as turbulências de Deus despertariam a bela, e que teria de se refugiar em meus braços fugindo do terror. Na pressa estive a ponto de pisar nos óculos da holandesa, e teria me alegrado. Mas voltei sobre meus passos, os recolhi, os coloquei em seu regaço, agradecido de repente por ela não ter escolhido antes de mim o assento número quatro. O sono da bela era invencível. Quando o avião se estabilizou, tive que resistir à tentação de sacudi-la com um pretexto qualquer, porque a única coisa que desejava naquela última hora de vôo era vê-la acordada, mesmo que estivesse enfurecida, para que eu pudesse recobrar minha liberdade e talvez minha juventude. Mas não fui capaz. "Que merda", disse a mim mesmo, com um grande desprezo. "Por que não nasci Touro?" Despertou sem ajuda no instante em que os anúncios de aterrissagem se acenderam, e estava tão bela e louçã como se tivesse dormido num roseiral. Só então percebi que os vizinhos de assento nos aviões, como os casais velhos, não se dizem bom-dia ao despertar. Ela também não. Tirou a máscara, abriu os olhos radiantes, endireitou a poltrona, pôs a manta de lado, sacudiu as melenas que se penteavam sozinhas com seu próprio peso, tornou a pôr a caixinha nos joelhos, e fez uma maquiagem rápida e supérflua, o suficiente para não olhar para mim até que a porta foi aberta. Então pôs a jaqueta de lince, passou quase que por cima de mim com uma desculpa convencional em puro castelhano das Américas, e foi sem nem ao menos se despedir, sem ao menos me agradecer o muito que fiz por nossa noite feliz, e desapareceu até o sol de hoje na amazônia de Nova York. Junho de 1982. Gabriel García Márquez

sábado, 12 de abril de 2014

Buceta + um conto

Conto: O Velho e sua Afilhada (parte 4) Tem dias que o corpo padece diante do mau humor que afeta qualquer ser, e como qualquer criatura, dias desses o Velho acardou com raiva e nada e foi abrir o bar com raiva de tudo. Depois de abrir seu estabelecimento comercial nele permaneceu por apenas 2:00 horas e meia, nesse tempo deu pra ele se esquentar com a velha da tapioca que reclamou que o café tava com pouco açucar e com o vaqueiro viado de Lerolândia que disse que tava com vontade de o cu pra o Velho,que o mandou sair na mesma hora, O velho ficou com tal furia dentro de si que teve que correr pra o quarto de sua afilhada que ficava no fundo do bar e pela primeira vez em toda esse tempo que cuidava da moça e essa foi a 1 vez que ele a acordou antes das dez da manha. Incredula a doce moça abriu os olho e perguntou ao velho: "Padrinho, estou aflita o que aconteceu de mau com o senhor; pra me acordar a esta hora, vem cá eme da um abraço, eu não gosto de vé o senhor assim Eu fico triste!! Sem jeito por causa da raiva do velho abraçou sua afilhada que dormia só com calcinha verde nova que ele tinha comprado pra subistituir as antigas que prendiam a circulação de sua afilhada. Ao abraça-la o velhos sentiu os seios da moça enricesserem ao toca seus busto e por alguns instantes as mãos do velho se prederam paralisadas tocando o bubum da moça, mais tão logo a razão lhe voltou a furça o velho sem demonstrar embaraço pediu que sua Afilhada toma-se conta do bar pra ele pois os estragos da vida precisavam de reparos naquele dia. Contente com a noticiade que podia observa o mundo (ou seja ficaria despachando no bar pro todo aquele dia) a moça respondeu no ouvido do velho: " Seria um prazer; e obrigada por deixar eu ajudar o senhor. Com essa noticia ele se soltou do abraçado da garota e foi pra seu quarto descansar e se livar da raiva daquela manhã ou daquele dia. Pouco tempo depois a Afilhada do velho tratava todos os cliente e demais frequentadores da feira, com tal afeto que naquele dia o apurado do bar foi alto. " Com certeza o velho não vai ser importa com isso,meu padrinho e um homem Bom " pensava a moça enquanto contava o dinheiro do caixa. sem querer transcende a realidade a aparição da Afilhada do Velho no bar durante aquele dia, mexeu com cabeça daquele povo que ficou indo a todo instante no bar do velho consumir: café, comida, cerveja, cachaça, pastel e bolo e etc... e olhar praquela menina que se mostrava linda, carinhosa e educada e que todas e todas a conheciam como a bela Afilhada Do velho do bar. Humberto Filho/ 13/ fevereiro/2014

sábado, 5 de abril de 2014

Buceta hj é o meu aniversário!

El Desdichado II Lobão Eu sou o tenebroso, o irmão sem irmão, O abandono, inconsolado, O sol negro da melancolia Eu sou ninguém, a calma sem alma que assola, atordoa e vem No desmaio do final de cada dia Eu sou a Explosão, o Exu, o Anjo, o Rei O Samba-sem-canção, o Soberano de toda a alegria que existia Eu sou a contramão da contradição Que se entrega a Qualquer deus-novo-embrião pra traficar O meu futuro por um inferno mais tranquilo Eu sou Nada e é isso que me convém Eu sou o sub-do-mundo e o que será que me detém? Eu sou o Poderoso, o Bababã, O Bão! Eu sou o sangue, não! Eu sou a Fome! do homem que come na brecha da mão de quem vacila Eu sou a Camuflagem que engana o chão A Malandragem que resvala de mão em mão Eu sou a Bala que voa pra sempre, sem rumo, perdida Eu sou a Explosão, o Exu, o Anjo, o Rei Eu sou o Morro, o Soberano, a Alegoria que foi a minha vida Eu sou a Execução, a Perfuração O Terror da próxima edição dos jornais Que me gritam, me devassam e me silenciam. No mais corrupção e falta de sexo aqui na minha cidade! Obrigado por me lerem amigos desconhecidos.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Buceta um troço de rock'inrool

Boa tarde humanidade! a vida as vezes parece balada chamada domingo tocada pela banda titãs, fácil de toca no violão parece sonho. pois esses dias descobrir que a pequena que amo, esta com namorado, fazer o que existência tem dessas coisas, beber?, bebi ontem mais foi pouco, usei pouco canhâmo também, Por esses dias aqui na minha cidade o prefeito entrar e sair o, vice assumir depois o prefeito assumi hoje aqui pela cidade a população ta fazendo protesto contra o prefeito, eu tou em casa ralaxando escrevendo pois é isso a unica coisa que posso oferece pro povo minha arte. No mais corrupção e falta de sexo na minha cidade. obrigado por me lerem amigos desconhecidos.